quinta-feira, 22 de setembro de 2016

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL EM CONDOMÍNIO


Psicologa Maida - Colaboradora do Clube Síndico Profissional de Vitória
Texto de Maida Correa

Desde cedo em nossa vida, aprendemos a nos relacionar através dos afagos de nossos pais e pelos contatos afetivos com as outras pessoas. Assim, fomos criando vínculos e estabelecendo formas de convivência humana. Estas formas foram se materializando e se tornando visíveis em nossas atitudes comportamentais.

Todos nós trazemos, na memória de nossas células, a sensação prazerosa da primeira vez que o pai olhou para a mãe, sentiu-se atraído e se enamorou. O contato de ambos, nesse momento mágico, foi o que sinalizou que poderia haver uma possibilidade de nós sermos a pessoa que somos. Tudo acontece através de um bom ou um mau relacionamento interpessoal. Dessa inter-relação estabeleceu-se um registro que definirá com mais ou menos intensidade o tipo de relacionamento que teremos no decorrer da vida. Que pessoa humana nos tornamos? Que tipo de relacionamento humano cultivamos hoje?  

Assim, cada indivíduo, durante a vida, foi aprendendo e descobrindo como conviver e interagir em coletividade. Esse aprendizado inicio-se através da relação mãe x pai, mãe x filho, pai x filho, irmão x irmão e ambiente pessoal  x sociedade. Projetamos, no ambiente condominial, o que aprendemos pelas experiências de nosso passado. Trazemos a herança de nosso homem primitivo, quando saia para caçar e buscava o alimento de subsistência da sua família. Contra as ameaças encontradas em seu ambiente, desenvolveu um impulso de autodefesa: ataco ou fujo. 

Assim, esse impulso é acionado quando nos deparamos com situações que nos remetem a esse passado de luta ou fuga, ou agredimos e fugimos, ou encaramos as obrigações. Ou seja, qual será o nosso comportamento quando recebemos uma advertência ou uma multa por estar inadimplente ou por outros atos irregulares que cometemos? Se atacarmos, vamos gerar um conflito; se fugirmos, poderemos receber outra punição mais séria. 

Nossos atos devem ser analisados para que possamos buscar ações mais assertivas no dia-a-dia.
Essas experiências relacionais, no decorrer da vida, foram sulcando moldes de expressão, positivos ou negativos. Que bagagem trazemos dessas experiências?  Quais as ferramentas internas que impulsionam tais condutas que levam uma pessoa a desconsiderar as leis de bom convívio em coletividade? Que ferramentas internas são essas que fazem com que uma pessoa seja cordial, educada e respeitosa?  A vida em condomínio é uma vida de intensa comunicação entre as pessoas que ali residem.  Devemos aprender a discernir entre essa diversidade de formas de agir. Somos seres programados que sofremos influências familiares, sociais, culturais e genéticas que, por vezes, nos levam ou a um comportamento de tensão, angústia, ansiedade, vivendo em conflito permanente, ou a ser uma pessoa feliz e motivada para a vida.

Das experiências de vida que possuímos, damos significado a cada nova experiência. Esses significados possuem uma carga emocional que, quando acionada, se transforma em uma ação que pode ser boa ou má. É um grande desafio discernir entre a boa e a má ação e buscar recursos internos para transformar o ruim em bom. Assim, com certeza, vamos buscar uma comunicação de qualidade. É pelo esforço diário que cada pessoa pode discernir entre a boa e a má atitude. É pela via do bom relacionamento interpessoal que vamos acionar o que temos de melhor dentro de nós para viver em harmonia num espaço condominial.

Cada pessoa deve reconhecer seus limites e o limite do outro para alcançar respostas      positivas frente à vida em coletividade. O trabalho de autoconhecimento deve ser contínuo. Somos equipados com a função do intelecto que permite ter a clareza de olhar para si mesmo e se perguntar: quais são minhas ações diárias que me possibilitam buscar uma relação harmônica em coletividade?  

O trabalho de mudança para um melhor convívio em condomínio deve vir pautado de ações diárias de respeito pelo outro e pelo reconhecimento do que o outro tem de bom para nos ensinar.

Fale com a redação: clubesindicoprofissional@gmail.com




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